E com o estalar dos dedos o duende podia fazer tudo o que
queria, só não conseguiu ele de volta.
Na floresta onde as cores eram do incomum ao branco,
do inusitado aparente aos tons de lilás das lavandas silvestres, morava um
velho que se chamava Vicente, plantava várias coisas em seu quintal além de
sabedoria na cabeça das pessoas. O senhor Vicente acompanhado pela brisa da
manhã e pelas turbulências dos seus sonhos recentes caminhou até um campo de girassóis
onde pode gozar de boa vida e saúde sem contar na fartura de sua colheita. Lá
longe pode ver que se aproximava um duende e como duendes trazem boa sorte e
paz com o universo lhe ofereceu toda sua hospitalidade. Cupcakes de geleia de
morango, erva indiana, aquelas coisas boas que nos fazem ficar alegre. O duende lhe agradeceu com toda sua magia em
forma de cristais da juventude. Vicente lhe presenteou com o elixir da vida e o
cristal do amor.
O cristal do amor produzia um fogo que ofuscava as estrelas
do norte, as estrelas do sul se apagavam de medo por não enxergarem suas almas
irmãs, a penumbra da escuridão afagava as precipitações da noite, o duende em
transe se esvaecia de sua incompreensão e celebrava
a noite no calor da luz.
E enfim se fez dia, a chama foi ofuscada pelo sol. Nada se
restou, a vida é incandescente.
O duende quase se desesperou, quase. Lembrou-se do elixir da
vida e saciou sua sede... Respirando fundo, a vontade passa. O fogo foi embora
e o duende não o conseguiu de volta, foi se embora como as flores no Outono...
Um dia volta, sim, voltará, até lá o frio prevalece.

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