quinta-feira, 15 de março de 2012

Coisas, outras e outras coisas


Coisas que se perdem,
Não se encontram
Não se acham,
Não se espelham
Não te vejo.

O tempo que se perde,
Desaparece.
Não volta,
Não solta,
Não é Agradável,
Teu toque, porém, amável.

Palavras que fazem chorar,
Não machucam,
Nem consolam,
Servem pra algo incompreensível
Como ter que usar o Dicionário.
Algo necessário.

Quando estou só
Não me importo
O incômodo
É ter um cômodo
Vazio
Sem móvel,
Ficar imóvel.

Coisas que não se cheiram,
Esgoto,
Sangue,
Gordura Quente
Chatice de gente,
Artista incoerente
Puta Inocente.

Coisas que Odeio,
Lugar Lotado,
Dormir sentado,
Verbo mal conjugado
Calculo errado
Sentir Calado.

Coisas que adoro,
Pensar em nada
Pensar em tudo.
Não dizer nada,
Repetir o mesmo verso,
Repetir o mesmo verso,
Repetir o mesmo verso,
E terminar uma poesia com um palavrão
“Filho da Puta”
Você vai tirar meu alto controle !

segunda-feira, 12 de março de 2012

Minhas conversas com Alice.

Estive pensando esses dias que existe certa vulgaridade em mim repreendida, volto a ter conversas com minha querida e talentosa amiga chamada ALice ‘S MiDDle.
O caminho até onde ela estava escondia ainda vestígios da presença de vários outros seres extracompreendidos.
- Olha Senhor Duende, jamais vai conseguir fazer a semente brotar se ainda insiste em deixá-la em um lugar tão arriscado. - Ela diz.
Eu poderia me queixar dos locais onde planto minhas coisas mas não é o caso, ela disse coisas melhores em seguida.
- Eu estava conversando com uma índia que se pintava com tinta violeta, eu perguntei a ela de onde vem àquela cor e ela disse que vinha de uns vaga-lumes incandescentes que vagalumeavam em algumas macieiras vermelhas.  
- Interessante, Talvez fosse má idéia experimenta-las.
- É verdade, se lembra daquela raposa velha que comeu uma galinha azul...
... E ficou toda colorida.
Resolvemos então pegar alguns vaga-lumes para experiências. Logo descobrimos que suas luzes eram fluorescentes e brilhávamos com eles. Esqueci-me do resto, logo os cogumelos fluorescentes também começaram a andar e a falar.
 - Estranho Alice, não me lembro de tal capacidade.
 - Não se queixe Duende, já se esqueceu das capacidades de muitas coisas.
 - Como o que?
 - Lembre-se do encontro com o senhor da guerra e do submundo, está próximo.
 - Tenho medo.
 - Tem medo de que?
 - Não é hora de começar a ferir minhas rimas.
 - Então é medo de gostar demais?
 - Talvez, acho que não, tenho certeza que ando por caminhos sólidos demais pra me perder de novo.
 - Não se preocupe, O chapeleiro anda repetidas vezes trocando suas meias pelas luvas do coelho.
 - Eu sei, não devo me queixar, pode ser boa maneira de aprender.
 - A se proteger?
 - Também, mas mais que isso. Bem mais.
 - Tipo quanto?
 - Maior do que minha vontade de permanecer mais aqui.
 - Sinta-se a vontade para voltar.
 - Voltarei.

Quando chego em casa me olho no espelho durante vários minutos tentando dar motivos. Explico conceitos... e penso naquelas caveiras psicodélicas. Tudo vai dar certo, A carta do mundo se aplica a varias coisas.