quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Escrevo seu nome em um grão de arroz




E se perguntarem quem fez
Troca-te
Muda-te talvez pra um nome japonês
Estranha chuva morna na madrugada
Acorda-te antes que seja tarde
Assopre se estiver quente
A pele fria que arde

Gire a roda polivalente
A seta tende á fortuna
O espelho reflete o branco do teto
Nirvana pra que durma
Fecho os olhos e mergulho no mar
Nadamos no algodão do lençol
Vertigem semiótica
Abro os olhos e vejo o sol

Essa é a parte que guardo á subversão caótica
Joguei-me á reversão estática
Entre árvores secas me movo
Varrendo cinzas e cacos de vidro
Obstáculos que removo
Revelo a relva que brota
Verde desbotado
O Tom
Que da cor ao campo
Beirada homônima
Conforto-me no canto

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Capítulo 18 - Medo de duendes parte um.


Todos os sonhos que ele tinha, dos doces aos amargos,
                                                                   Da razão pela vida á entrega aos pecados,todos intensos
                                                                   Como a própria realidade, todos isentos da falta de   
                                                                    Veracidade”

E então ele se levanta do chão e começa a caminhar pela floresta tentando encontrar um caminho que faça com que volte a tempo para cidade. Já não se importava mais com o gorro que fora perdido no bosque das árvores secas e nem os animais que lhe ameaçaram.
− Como se já não bastava, ainda tenho que te seguir para que fiques sempre bem.
Era a voz que vinha do nada, vinha na cabeça dele, ecoava pelas pedras da montanha, pela cascata de água doce que se arrastava aos pés.
−Se me queres bem que me diga o caminho.
−Se chegou até aqui sozinho, terá a capacidade de encontrar por si só.
Já não bastava tudo, ele ainda havia de aguentar até as injúrias dos seus próprios seres imaginários. E ali estava a resposta. Se ele era capaz de aguentar isso tudo sem pestanejar já teria sim consciência suficiente para se libertar das amarras do passado, retornar ao seu estado líquido, sem medo de nada, sem receio de causar dor, ele sabia que era sua hora de se entregar aos verdadeiros sentimentos. Hora de encontrar com o senhor dos sonhos. E ele estava na cidade, deveria voltar.
                                                   ≈ ─ ≈
Mas na cidade todos tem medo de duendes, será difícil encontrar um homem capaz de induzir o duende ao sono de Zeus. O sono que fará enxergar o que o futuro aguarda, qual será o próximo universo que sua alma irá caminhar. Não há tempo para remoer as dificuldades, e a primeira, ainda era encontrar o caminho de volta. Ele resolve seguir o curso das águas que percorrem pelos seus pés, talvez ao sul esteja o caminho. Andando pela floresta ele remoia memórias em sua cabeça, relembrava histórias, pessoas que estavam guardadas em algum lugar pois duende não ama  com o coração, duende ama com a sinestesia universal, ama com alma. Era nesses momentos de lembranças dolorosas que ele olhava para o chão e assim avistou um cristal amarelo escondido entre a grama rasteira, se lembrou da carta que recebera quando ainda era pequeno, recebera dos céus:


“ (...) E por um golpe do destino, será brutal, encontrará a dor e se estranhará com o desconforto, vai caminhar pela terra dos homens, será como eles, caminhará como eles, verá suas cores, sentirá seus sabores, vai perecer aos instintos do amor e da vaidade, vai conhecer inglórias e terá o dever de registrá-las em histórias (...) Terás que passar por cada etapa da vida, começando do nascimento até a morte, terá que amar, sofrer, temer e revolucionar, deverá mudar a cabeça do mundo para que haja compreensão, Vai perceber sofrimentos que não são seus, Vai se esvair da nobreza que lhe confere.(...)”

Essa é hora que se pensa em como cruzar um rio sem ter uma ponte, Mas não há ferida que não se cure com o ardor do consentimento. Ele sabia que todas as provações que lhe cabiam eram para um bem maior, incompreensível agora em estado de indução humanoide. Os humanos não sabem pra onde vão, estão parados no tempo que criaram só porque as coisas na natureza acontecem repetitivamente. Eles reclamam tanto da rotina mas são escravos da Constancia.
Eis a parte da carta que realmente interessava no momento:

“ (...) E um dia quando estiver só, quando deixar teu berçário, quando for a hora de conhecer toda a fragilidade do mundo, de se apavorar com as sombras negras que povoam a alma de muitos, de se chocar com os homem-rato debaixo das pontes de concreto. (...) Verás assim o desprezo de toda raça. Verás o sangue, e o ser fétido, porém encontrarás o bem equivalente, Vai descobrir o que é a união de dois polos coexistentes de energia cósmica. (...)
E é isso que precisará entender e conhecer, é o que nunca lhe foi apresentado em outras vivencias, essa é a hora. Vai saber o que é quando encontrares uma pedra amarela (...)

E um estampido de esperança comoveu até as plantas que floresceram num instante, As rosas brancas transferiam a luz da lua até o cristal, que reluzia o cominho de volta até as montanhas de concreto. Ele andou por alguns minutos e caiu no sono.
             
                                                   ≈ ─ ≈
Acordou em casa, sentiu o calor do suor escorrendo no corpo, jogou o cobertor no chão, acendeu um cigarro, olhou se haviam mensagens no celular, respirou profundamente. Se sentou apoiando a cabeça nos joelhos, Se concentrava em coisas boas, foi no amarelo do sol apontando no canto da cortina negra que cobria a janela que ele recordou que o senhor dos sonhos estava próximo. “Talvez seja em forma de animal”  pensou “ um cachorro ou um gato.” Ele gostava muito de gatos.
Mas não era um animal o senhor dos sonhos. E isso ele descobriu depois... Não por uma pedra amarela, por uma pedra negra. A cor que não refletia nada, o avesso da clarividência dos tons claros.


       DALUA,D. Minha casa não tinha sótão:As crônicas dos duendes do tempo em dias de chuva e sol. Ouro Preto. 2011. 222 p.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

I


É verdade,

Que nem tudo que é real denota felicidade,

Mas o que faz sentido quando tudo é em vão,

Por que não tentar outra direção?

Atenção,

Não importa o quanto você reze, ou negue por vaidade,

Não há garantias pra tal da felicidade.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

O sol que apontava no horizonte


E não era preciso abrir a janela pra sentir o calor do sol que apontava no horizonte, por mais que ele se sentia no dever de acordar, permanecer ali imaginando coisas agradáveis lhe parecia mais justificável para alguém que queria começar o dia de forma perspicaz.
Mesmo assim ele se levanta, caminha pelo quarto e toca suavemente as estrelinhas de papel penduradas por um barbante embaixo da prateleira de livros, Raimundo Carreiro, Goethe.
 Caio Fernando Abreu está lá a espera de algum tipo de consulta emocional.
É simples seu caminhar até o banheiro, os dedos nos olhos, os pés arrastados... Os azulejos azuis lhe acalmam.
É doce a forma que ele conversa com as plantas e chama Duendes pelo nome mentalmente, o quintal apertado, paredes laranja, o toque áspero dos pés descalços no chão.
É puro o sorriso que ele doa para as pessoas que passam na rua, as crianças da escolinha, os bebes no ônibus que sempre sorriem pra ele.
É engraçado o jeito que ele trança uma mecha do cabelo, com as duas mãos, curvando um pouco a cabeça para o lado.

Certa vez ele parou no meio do caminho e começou a recolher pedrinhas coloridas que se encontravam na grama, pareciam miçangas, amarelas, azuis, violetas. Pensou na sorte de poder ter as encontrado, depois pensou na sorte de poder ter encontrado tanta gente. Ele escolhe a pedra que mais lhe agrada, é a mais especial de todas, não sabe por que. Apenas sabe e isso já basta para diferencia-la de todas outras.
Saber escolher coisas se torna uma arte às vezes, senso crítico talvez, ou como a gente se espelha, ele gostava de jogar paciência, pois se sentia bem quando estava sozinho, ele gostava do mar, pois se inebriava n’água. 
Certa vez viu um desenho na parede de um prédio, se parecia muito com ele, como é estranho se deparar com algo que é igual a ti. Uma vassoura se parece com um rodo? Se olhares apenas para o cabo, e a gente sempre olha alto.
                Roxo se parece com lilás, assim como lilás lembra o cheiro de lavanda. Mas a lavanda não é roxa? Talvez nada é igual a nada e tudo se parece tudo, a diferença é quando a gente esta disposto a ver por uma nova perspectiva ou se arriscar.
E enfim começa essa historia doida que narrarei a seguir...


Sobre um bêbado e um Ilusionista

Certa vez um homem estava em um bar na Avenida Amazonas, se sentia ferido por dentro de certa forma, tinha se divorciado e era capaz até mesmo de cometer um atentado a própria vida, pobre homem, se embriagando e colocando em risco sua vida por alguns anos de felicidade com outra pessoa, mas dizem que alguns momentos valem por uma vida toda. O estabelecimento já estava fechando, mas o bêbado não desiste de beber, se embriagava pela vida fétida, pelos intuitos hostis de pessoas que atentaram contra sua felicidade. Depois a raiva passa.
Mascarar angustia com bebida é algo que usurpa a alma. Ele se levanta, sai sem pagar a conta, ninguém o impede, o universo as vezes cria coisas inexplicáveis, isso acontece muito em Belo Horizonte e também em alguns lugares do sul da Irlanda. Andando pela rua ele imagina cores melhores para aquelas paredes cinza, horríveis como todo esse lixo fictício. Ele tropeça, mas antes que caia no chão é ajudado por um cara de cartola e bengala na mã­­­­­­o.
− O chapeleiro maluco? – O bêbado perguntou.
− Maluco talvez, bêbado como você, mas sinto muito desaponta-lo por comprar meus chapéus.
Eles se sentam na calçada e ele espera que o ilusionista tire uma pomba dos bolsos, mas antes que ele perguntasse já ouvira a resposta:
− As pombas ficam nas gaiolas no meu castelo na terra do nunca.
Acredite ou não o bêbado ficou mais bêbado ainda, o ilusionista se torna um mágico. Talvez muita vodka, muita cerveja, muita gente com energia ruim em volta, o ilusionista tira uma vassoura debaixo do casado e os dois voam juntos pra um lugar que o bêbado nem sabe mais onde estava.
O vento nos cabelos dele e as estrelas onde quase podia tocar, era a ultima, ou única lembrança.
No dia seguinte ele esta deitado em sua cama, os olhos vendados pelas lembranças falhas, o suor pelo corpo.
E não era preciso abrir a janela para sentir o calor do sol que apontava no horizonte...

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

estava morto faz tempo





Deram a chance para que ele escolhesse
Como seria o seu grande final
entre uma cadeira elétrica ou uma injeção letal
  ele preferiu uma bala entre os olhos. Não morreu.
Ficou em estado vegetativo
Alguns diriam que nem se esqueceu,
De viver,
Ou até mesmo ser


 As pessoas daquele lugar tiveram que escolher
A forma que ele deveria morrer
 Tirar enfim a vida de um condenado
Jamais seria perdoado
 ou cometerem eutanásia,
Coisa que nem se justifica com raiva
A decisão foi unanime: Matem o Detento.
Que não haja lamento
É simples e leve como uma folha
Dessa vez ele não teve direito de escolha.
Foi desligado.

morreu. 

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Agora muito o que dizer

Primeiramente peço perdão pelos erros de portugues ou pela falta de coerencia mas é porque dessa vez nem olharei para o monitor, escreverei sem parar tudo o que estiver afim de vomitar, é como correr por uma estrada com os olhos vendados sentindo o vento bagunças os cabelos e ignorando as pedras que entram no sapato. Não corrigirei erros e nem voltarei para revisar. Tenho muita vontade de narrar as coisas que acontecem mas tenho receio de me enganar pela poética. Queria sentir medo as vezes por ser quem sou mas geralmente estou sempre enfrentando qualquer tipo de negação. Queria ter uma nave espacial que me levasse a um lugar onde as pessoas se sentissem puras simplesmente por serem elas mesmas. Um dia vou subir uma montanha alta o bastante pra sentir falta de ar... Não importa a fadiga quando se está perto perto do céu, não importa o quanto a gente se cure da enfermidade enquanto o medo da morte ainda persiste cada vez que atravessa a rua. Noite passada sonhei com o Caue, passou na minha vida como um sopro apaga uma vela, eu deitado em lençóis de algodão sentindo vários corpos dividindo a cama, mas quando olho pra cima vejo apenas seu rosto sorrindo pra mim, me dizendo que não importa o tamanho da duvida sobre a felicidade, essa incognita sobre o destino nos fornece a vontade de buscar respostas, e ele foi  a virgula de uma oração contínua, com vários parenteses, várias reticencias sempre em busca de um verdadeiro ponto final. Eu estive pensando tanto sobre a questão do ser humano versos animal ,já mamei com a mesma intensidade de um filhote de cachorro, sangrei com a mesma morticidade de uma galinha, matei minha cede com o desespero de um camelo e gozei com a voracidade de um cavalo. Não fomos feitos para olhar diretamente para o sol mas penso eu que tudo é um processo de aprendizado, evoluímos ao ponto de poder enxergar o que realmente nos fortalece. Hoje conversei com o Gus, gosto muito disso porque ele me passa uma transgressão sagitariana que me faz pensar em como existem pessoas que vieram a terra pra mostrar algo mais, talvez ele não saiba mas em uma noite ele me ensinou tanta coisa, e ele me faz sentir uma alegria estranha que eu não entendo... Minha Tia Ignacia diria que isso se chama empatia, quando espíritos que vieram do mesmo ventre e se alimentaram no mesmo seio. Vontade de pegar um menino de rua e levar ao Shopping dizendo " Vai... pode pegar tudo que quiser !", um dia quem sabe viverei por conta disso, levando felicidade pras pessoas assim como trouxeram a mim, meu filho Thomé um dia vai saber que o pai dele sempre recebeu milagres porque ele sempre esperou o melhor do mundo.

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Eu não tenho o que dizer...


Desde muito cedo sempre soube que muitos julgamentos viriam e que o sentido das coisas sempre seria de um ponto de vista deturpado pra mim. Até então não faz sentido algum nada que  faço, nada que digo, nada que eu venha a sentir por um breve instante ou mesmo venha a sentir  durante uma eternidade inteira. Sinto-me fruto da espécie que se tornou o maior desastre ecológico de todas as Eras, mas isso só faz parte do meu processo cognitivo, é difícil conviver com certos defeitos involuntários que a gente tem, dentre eles os que a gente sente como ódio, raiva, rancor, medo, impotência, saudade e aquela doença que às vezes nos causa depressão durante algumas semanas chamada amor, também aquelas chatices como cansaço, fome e dor.
                Não estou aqui para lamentar as consequências das minhas vidas passadas, coisas que nem quis saber mas que por breve infortúnio me foram reveladas várias vezes em sonhos, que por sua vez várias vezes me revelaram também muitos abraços que nunca vieram, muitos beijos que também nem sei, sei que eram como filmes desses que a gente vê raras vezes e que sente aquela suspirada, aquele aperto no peito, aquela queda de rumo .
             Também não estou aqui para falar dessas coisas que a gente sente e faz a gente esquecer completamente o que realmente devemos fazer nesse universo, tem toda aquela provação, cada etapa é muito importante, tenho recebido essas provações o tempo todo desde que cheguei na Capital, eu não desisto fácil, só chorei três vezes e só me desesperei umas 5, porém já beijei 3 pessoas... três pessoas que me mostraram três lados diferentes das coisas, foram três situações diferente, três sensações diferentes. Uma por sua vez foi a que me deixou completamente doente sorte a minha que a enfermidade nos leva  á valores.
Na verdade eu não sei de nada, chego a essa conclusão sempre que de repente percebo que estou sendo jovem demais, cansei de colocar a culpa no meu sigo, chego a crer que a metáfora está nos peixes que se deixam levar pela corrente e fazem grandes jornadas, essa coisa de carência e sofrimento utópico é consequência dos mimos da minha mãe que por sua vez foi a pessoa que me deu o meu primeiro lápis de cor, meu primeiro livro, meu primeiro abraço e beijo com cheiro.
Não estou aqui pra vangloriar a hereditariedade das coisas, tenho feito jus a tudo. As vezes a revolta é contra nós mesmos, pensar que no final tudo vai virar bosta e viver a vida com a luz apagada é sacrilégio, viverei assim mesmo transformando pequenos encontros em grandes acontecimentos, pessoas passageiras em eternos personagens literários, Uma única noite em um Épico Cinematográfico.
Depois de tudo que vomitei até agora consegui definir o que queria dizer... Não importa o que as pessoas façam eu continuarei aqui em cima no meu mundo legotástico que me revela muita coisa e ao mesmo tempo nada, queria dizer que meu mundo possui paredes tão altas que seria impossível pular, as paredes são tão grossas que não consigo criar portas ou janelas porém eu cavei uma passagem secreta e queria muito que você viesse admirar o por do sol comigo, é lilás e lindo com cheiro de lavanda.
Parágrafo da Síntese de Tudo. O mundo é um paradoxo.
Dou voltas feito um caracol e no final é sempre os defeitos humanos chatos que a gente tem que conviver, estou na fase de conformar com tudo e já parei de ostentar fantasias inúteis, a única que mantenho é a desse menininho aí da foto que se chama Thomé, meu filho. Só meu.
         

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Um pedaço que fica grudado


Engraçadas as sensações  que vem do nada, Não vou demorar a escrever pois tenho pouco tempo antes que minha coluna comece a doer porque a posição que estou sentado é daquela que me conforta por um tempo mas que depois me faz sentir dor, enfim,  se eu tiver que levantar daqui não escreverei mais nada e isso será apenas mais um resquício de sensações ruins.
                Pessoas comuns culpariam a vida ou tentariam buscar algum tipo de intervenção divina, agora estou estático num curral cheio de cavalos,  equinos para determinar mais assiduamente. Apesar de ainda sorrir e agradecer pela sorte, eu tento corrigir alguns pecados cometidos pelos meus instintos altamente piscianos e que me levam a crêr na minha total capacidade de não me levar em juízo. Chego a crer que em tempos de total perturbação causada pelos ambientes externos me levam e definhar aquilo que denominamos paciência.
                Outra coisa que definha é o compadecimento, doa espaço á ironia. ...( Esse parágrafo foi apagado por me chocar demais futuramente. )
                 Vai chegar o dia em que doarei cada vez menos tempo á autoterapia e voltarei a me concentrar em detalhes como hoje de manha percebi que o tempo em BH passa mais rápido quando estamos fora de casa,
                Volto para a montanha para regular meu tempo, meus sentidos, meus prazeres, renovar minha preces de que tudo vai ficar bem, e o bem de qualquer forma é melhor que isso, essa falta. Te espero em outro universo já que aqui é minha ultima vez...

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Sonhos Espermicidas.


Aqueles sonhos molhados que escorrem por entre as pernas e lentamente te deixa zonzo na hora em que levanta.  Tudo bem que a sacanagem vira estratégia na voz de quem vos fala, mas quando se desperta de uma relatividade contida encontramos enfim,
                                                 Equinócio de Outono desperta energias enlouquecidas de tardes em São Thome estilizadas em areia, vodka, estrelas... e por ai vai. Que virão com certeza.
                                                  Eu tenho a sensação de estar muito a frente do tempo, já aproveito o sabor da torta no momento em que colho os morangos. Já me despi de mascaras no momento em que tirou minhas calças, E me livrei de muita culpa simplesmente por sorrir.
Não tenho pressa, pode levar o ritmo que for, estou descansando embaixo de uma arvore de lamentações e tenho sido alimentado por folhas secas de gloria. Nem se quer me movo mais para apanhar uma pedra e jogar no lago que imaginei em momento insano. A sombra tem cheiro de limão, Bebo água da chuva quando convém, convém que chova, tem sabor de poluição com certeza. Limito minhas metáforas para um sabor tão desnecessário.
Limito também a dizer que sou eu aquele que ergueu um cajado e matei uma barata hoje cedo, percebe que poder eu tenho utilizando um instrumento, julgando que jamais teria contato físico com tal nojenta barata, o ritual fúnebre para ela ocorreu em grande estilo sujeito a rituais de oração em homenagem a ela.
                                                 Muito me espanta as vezes que eu me lembro de coisas inúteis como cores de camisa, cheiros, jeito de olhar, texturas.

Me canso, Não sei se estou comparando você com o equinócio de inverno, com os morangos ou com a arvore. Queria mesmo é que fosse com a barata, mas tenho certeza que ela na verdade sou eu. 

terça-feira, 8 de maio de 2012

E o duende conhece o fogo


E com o estalar dos dedos o duende podia fazer tudo o que queria, só não conseguiu ele de volta.

    Na floresta onde as cores eram do incomum ao branco, do inusitado aparente aos tons de lilás das lavandas silvestres, morava um velho que se chamava Vicente, plantava várias coisas em seu quintal além de sabedoria na cabeça das pessoas. O senhor Vicente acompanhado pela brisa da manhã e pelas turbulências dos seus sonhos recentes caminhou até um campo de girassóis onde pode gozar de boa vida e saúde sem contar na fartura de sua colheita. Lá longe pode ver que se aproximava um duende e como duendes trazem boa sorte e paz com o universo lhe ofereceu toda sua hospitalidade. Cupcakes de geleia de morango, erva indiana, aquelas coisas boas que nos fazem ficar alegre.  O duende lhe agradeceu com toda sua magia em forma de cristais da juventude. Vicente lhe presenteou com o elixir da vida e o cristal do amor.

O cristal do amor produzia um fogo que ofuscava as estrelas do norte, as estrelas do sul se apagavam de medo por não enxergarem suas almas irmãs, a penumbra da escuridão afagava as precipitações da noite, o duende em transe se esvaecia de sua incompreensão e   celebrava a noite no calor da luz.

E enfim se fez dia, a chama foi ofuscada pelo sol. Nada se restou, a vida é incandescente.
O duende quase se desesperou, quase. Lembrou-se do elixir da vida e saciou sua sede... Respirando fundo, a vontade passa. O fogo foi embora e o duende não o conseguiu de volta, foi se embora como as flores no Outono... Um dia volta, sim, voltará, até lá o frio prevalece.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Coisas, outras e outras coisas


Coisas que se perdem,
Não se encontram
Não se acham,
Não se espelham
Não te vejo.

O tempo que se perde,
Desaparece.
Não volta,
Não solta,
Não é Agradável,
Teu toque, porém, amável.

Palavras que fazem chorar,
Não machucam,
Nem consolam,
Servem pra algo incompreensível
Como ter que usar o Dicionário.
Algo necessário.

Quando estou só
Não me importo
O incômodo
É ter um cômodo
Vazio
Sem móvel,
Ficar imóvel.

Coisas que não se cheiram,
Esgoto,
Sangue,
Gordura Quente
Chatice de gente,
Artista incoerente
Puta Inocente.

Coisas que Odeio,
Lugar Lotado,
Dormir sentado,
Verbo mal conjugado
Calculo errado
Sentir Calado.

Coisas que adoro,
Pensar em nada
Pensar em tudo.
Não dizer nada,
Repetir o mesmo verso,
Repetir o mesmo verso,
Repetir o mesmo verso,
E terminar uma poesia com um palavrão
“Filho da Puta”
Você vai tirar meu alto controle !

segunda-feira, 12 de março de 2012

Minhas conversas com Alice.

Estive pensando esses dias que existe certa vulgaridade em mim repreendida, volto a ter conversas com minha querida e talentosa amiga chamada ALice ‘S MiDDle.
O caminho até onde ela estava escondia ainda vestígios da presença de vários outros seres extracompreendidos.
- Olha Senhor Duende, jamais vai conseguir fazer a semente brotar se ainda insiste em deixá-la em um lugar tão arriscado. - Ela diz.
Eu poderia me queixar dos locais onde planto minhas coisas mas não é o caso, ela disse coisas melhores em seguida.
- Eu estava conversando com uma índia que se pintava com tinta violeta, eu perguntei a ela de onde vem àquela cor e ela disse que vinha de uns vaga-lumes incandescentes que vagalumeavam em algumas macieiras vermelhas.  
- Interessante, Talvez fosse má idéia experimenta-las.
- É verdade, se lembra daquela raposa velha que comeu uma galinha azul...
... E ficou toda colorida.
Resolvemos então pegar alguns vaga-lumes para experiências. Logo descobrimos que suas luzes eram fluorescentes e brilhávamos com eles. Esqueci-me do resto, logo os cogumelos fluorescentes também começaram a andar e a falar.
 - Estranho Alice, não me lembro de tal capacidade.
 - Não se queixe Duende, já se esqueceu das capacidades de muitas coisas.
 - Como o que?
 - Lembre-se do encontro com o senhor da guerra e do submundo, está próximo.
 - Tenho medo.
 - Tem medo de que?
 - Não é hora de começar a ferir minhas rimas.
 - Então é medo de gostar demais?
 - Talvez, acho que não, tenho certeza que ando por caminhos sólidos demais pra me perder de novo.
 - Não se preocupe, O chapeleiro anda repetidas vezes trocando suas meias pelas luvas do coelho.
 - Eu sei, não devo me queixar, pode ser boa maneira de aprender.
 - A se proteger?
 - Também, mas mais que isso. Bem mais.
 - Tipo quanto?
 - Maior do que minha vontade de permanecer mais aqui.
 - Sinta-se a vontade para voltar.
 - Voltarei.

Quando chego em casa me olho no espelho durante vários minutos tentando dar motivos. Explico conceitos... e penso naquelas caveiras psicodélicas. Tudo vai dar certo, A carta do mundo se aplica a varias coisas.