sexta-feira, 19 de julho de 2013

Que julho termine logo.

E muita coisa vem acontecendo e tem sido de constante harmonia,
Ao duende que por certo quimicamente encontrou alegria
no chá das horas que se tornou chá do dia,
nas pílulas rosas e a azul que vicia.

Depois de um tempo na floresta atesto que deveria ter ficado quieto
Ainda estava atormentado
Fui procurar uma sombra nos ombros de quem um dia foi amado
Infortúnio Indiscreto
Um tanto secreto
Na minha cabeça tudo bem,
Com os remédios tudo bem...
Imagina sem...
A bebida deixou tudo desconexo
Talvez eu te queria ao menos inteiro no final de semana
Mas tudo não bastava de sexo
aquela energia que emana
das nossas conversas casuais
nossos ensaios,
Nossos distúrbios normais,
delírios e desmaios...
nada tive, nada vi
fechava os olhos e imaginava dois corpos qualquer comigo
mas era como se não encontrasse abrigo
nem via ali meu amigo
e quando clareava eu via o sol
amarelo naquele Tom
E aquele sol
É a constelação de aquarius
o relógio parando de vez
seus ponteiros e nossos horários
queríamos que ficássemos três,
Mentira Inventada
Paradoxo sem fundamento
só me resta o lamento
agora e depois
foram só por alguns minutos
preciosos minutos
que estávamos só nós dois
como agíamos
como realmente queríamos...

E o mundo desaba em restos
e protestos

Mariana encontro
aquele ponto
“estar só”
duas cordas de pirata
uma cada vez mais se enrola
uma acaba de desatar o nó
abre-se a caixa de pandora
a catástrofe que sempre digo que acontece
quando um duende chora
um amor velho,
que estava esquecido pelo tempo
aparece no pior momento
de fraterna amizade
a intensa amizade
a eloquência,
o prazer da existência,
enquanto isso do outro lado da rua
não na minha casa nem sua
dorme os olhos castanhos
por si profundos
por fim estranhos
aqueles que realmente me fazem derreter em cada suspiro
aquele abraço que acompanha as luzes cintilantes das estrelas
aquele cheiro que é meu ermo
que perco meu tempo em fantasias
perco meu eixo
me perco pra escrever o texto...
seu amor por mim não me nega nunca,
não com as palavras
mas com a energia que me passa a cada palavra
quando sua boca toca a minha
quando sua boca esta calada
como as ondas se movem,
mas ele nega...
o que faço...
ou melhor,
do que me desfaço...?
continuo seguro aqui
ali,
em qualquer lugar,
só um destes tem um mapa,

que pode me encontrar ...

terça-feira, 14 de maio de 2013

O mapa do Maroto

E tenho dito aos quatro cantos
O quanto sinto, o quanto canto
E sinto tanto...
Tenho estado atordoado
Assim quando falo muito
Na verdade estou calado,
O que é tempo e espaço.
Porque o fracasso ?
Estou fadado
A esperar o futuro
E lamentar o passado
Estou indo rápido
Não sou prático
Mas onde quero chegar ?
Quem vai estar ?
Quem estará la ?
Só assim me disfarço
Me engano...
Não guardo
Cuspo e saio voando
A questão não é ser ou estar
Estou sempre sozinho
E este mapa
É pra quando quiser me encontrar...

terça-feira, 23 de abril de 2013

Ultima vez sobre o amor.


O dia começa com um olhar incalculável pra qualquer direção, os pensamentos primários são vestígios de sonhos e algum barulho da manhã, é tomado na maioria das vezes por decepções, segue a conformidade pelo que foi sentido dormindo não ser realidade, Agora começa a natureza da fragilidade do ser humano, talvez o  primeiro animal que sofre por preocupação surreal,quando esta descansando vê clara e nitidamente aquilo que mais teme, aquilo que mais despreza, aquilo que mais deseja. A inteligência te torna irônico não importa o quanto possa parecer infantil especular sobre o amor, comprei um livro a um tempo atrás num sebo, trazia amor no título, na cor vermelha da capa e na dedicatória escrita a caneta azul na folha de rosto “ Para Alessandra que tanto retrata o título deste livro” realmente um presente muito romântico  acontece que o livro tinha o conteúdo muito persuasivo falava de tal sentimento como irrelevante de uma forma dramática, era poético com uma visão bastante negativa do sentimentalismo cultural, hipoteticamente Alessandra terminou o relacionamento com o namorado ou o livro não estaria a venda no sebo, e não teria chegado ás minhas mãos me dando muita confiança para dissertar sobre, antes de começar qualquer frase sempre nos perguntamos o porquê, existe um consenso que determina falta de respostas para esta e tantas outras questões, torna cansativo demais a busca de soluções que determinem sua felicidade tornando mais fácil se apropriar das circunstancias...  Se exige que você deva sofrer em prol de uma vontade romântica você sofre, vai viver cada segundo de infelicidade e cada suspiro pra ter essa sensação de vida, sensação de sentido, seu extinto de sobrevivência não tem haver com deixar a mente sã, mas sim em tê-la em movimento seja como for, quanto mais intenso mais satisfatório. Amor...  Atrevo-me a dizer que é como pimenta, você sabe que em algum momento vai arder, mas você gosta. O choro da criança não dói pela agonia de vela sofrer e sim pelo Cinismo de vela fazendo pirraça.
     E como vejo isso tudo enfim? Como uma bola de neve que desce a montanha de delírios e cresce numa avalanche de vontades dentro de quem sente, não eu, já encarreguei de transformar minhas alucinações juvenis em plásticos bolha que explodo nas horas vagas. Acidentalmente me envolvo muito com fantasias e acabo não percebendo vantagens em situações reais, é uma batalha diária se ater em afazeres necessários, haja tempo pra me purificar com pensamentos líricos de uma vida amorosa inexistente.
            O amor?
          O amor é recheio
É incerteza;
É medo com receio.

O amor é inerente
O amor é composição
É inconseqüente
É uma contradição
Amar é competência de ser
A honra de merecer
Ou a covardia de negar
Não deixar de amar
É a incompetência de não aceitar
Estar junto é essência
Conversar
Soltar
Dissipar na inocência
Deliciar por sermos
E sermos nós mesmos
Amar é Paciência
Paciência pra sofrer
E força nos joelhos.
Evoluir como pessoas sem perder o sentido
Ajoelhar no chão
Colar qualquer caco de vidro.  

sexta-feira, 29 de março de 2013

Sem título sobre liberdade


Eu estava caminhando no escuro em meio a pedras, cascalho e mato, não conseguiria ver por onde andava mesmo se tentasse, fechei os olhos e continuei... até acordar. Dores insuportáveis que assolam manhãs de sexta, ressaca de bebida, ressaca de gente, a única cura é permanecer deitado na cama durante horas tentando descobrir a melhor forma de sublimar vontades em arte, entender processos que nos evoluam de alguma forma.
Canso e me sento, não o mesmo cansar de todo fardo social que venho carregando por anos, cansaço metódico de ficar parado. Café com Vodca. Há uma lacuna entre as relações humanas, Não se preenche  facilmente com palavras doces e promessas de uma vida feliz... É uma lacuna que muitos relacionam ao amor, companheirismo, espiritualidade. Sejamos pragmáticos, a única coisa que nos falta de verdade é confiança pra seguir em frente. Chega uma hora que os pensamentos tomam outra proporção, um dia você acorda com uma alegria de infinidade memorável, existem  os dias de tristeza absoluta, me acostumei com tais oscilações faz tempo, faz tempo também que não me reconheço no espelho, faz tempo que deixei de olha-lo. Lápis e papel...
Afasto-me não só de ti,
Afasto-me de todo  mundo
Sigo pra longe de mim mesmo,
Longe do que um dia pensei
Ser algo extremamente profundo.
Assim deixo que parta,
Difícil é olhar nos seus olhos
É um ponto que marca,

Liberto-me para que aqui dentro possa existir espaço
Liberte-se para que continue a alimentar desejos
Liberto-me da esperança de tê-lo por completo
Liberte-se dos teus medos,
Publique seus segredos...

terça-feira, 26 de março de 2013

Agonia em Tom de sépia


~~É de agonia que me visto
No frio da noite
Na Raiva inerente
No erro que insisto.~~



Meus sonhos em Tom de sépia.
Como o tom dos teus olhos.
Como um filme antigo
Como uma manhã de Outono
Como o caminho que sigo...
Como eu poderia ?
Lançar das minhas mãos uma pedra que fosse acertar a testa daquele que possui a  mesma na constituição do seu coração.
Deitar na grama verde esperando a brisa soprar meus ouvidos
Mudando meus sentidos
Realçando minha falta de noção.
Como eu faria pra mergulhar numa banheira de água vermelha,
Poderia morrer...
Lançar-me ás indulgencias
Colher minhas intransigências
Não seria como sofrer...
As vezes é um poço fundo que a gente cava a procura de nem sei mais o que, e esse poço tem um fundo falso, tão quanto digo que não quero mais.
Que não quero mais voar em nuvens de fértil poética,
Como eu poderia ?
Não ouvir vozes que me mandam calar,
Permanecer sentado no frio enquanto lavo os pés na lama,
Renegando defeitos:
É do meu ciúmes que vem o fardo de amar,
Já que tua falta já compensei com meus passos
Pois caminhei durante horas
Afim de esquecer seus abraços,
Esperando pelo fim:
Na ansiedade de cada cigarro
Em cada flor que eu piso
Na tosse de cada engasgo
Em cada dor que eu não preciso.
Uma ultima declaração:
É cada verso que utilizo
Pra dizer que eu sigo
Sonhando com cada afago,
cada sorriso.




quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Escrevo seu nome em um grão de arroz




E se perguntarem quem fez
Troca-te
Muda-te talvez pra um nome japonês
Estranha chuva morna na madrugada
Acorda-te antes que seja tarde
Assopre se estiver quente
A pele fria que arde

Gire a roda polivalente
A seta tende á fortuna
O espelho reflete o branco do teto
Nirvana pra que durma
Fecho os olhos e mergulho no mar
Nadamos no algodão do lençol
Vertigem semiótica
Abro os olhos e vejo o sol

Essa é a parte que guardo á subversão caótica
Joguei-me á reversão estática
Entre árvores secas me movo
Varrendo cinzas e cacos de vidro
Obstáculos que removo
Revelo a relva que brota
Verde desbotado
O Tom
Que da cor ao campo
Beirada homônima
Conforto-me no canto

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Capítulo 18 - Medo de duendes parte um.


Todos os sonhos que ele tinha, dos doces aos amargos,
                                                                   Da razão pela vida á entrega aos pecados,todos intensos
                                                                   Como a própria realidade, todos isentos da falta de   
                                                                    Veracidade”

E então ele se levanta do chão e começa a caminhar pela floresta tentando encontrar um caminho que faça com que volte a tempo para cidade. Já não se importava mais com o gorro que fora perdido no bosque das árvores secas e nem os animais que lhe ameaçaram.
− Como se já não bastava, ainda tenho que te seguir para que fiques sempre bem.
Era a voz que vinha do nada, vinha na cabeça dele, ecoava pelas pedras da montanha, pela cascata de água doce que se arrastava aos pés.
−Se me queres bem que me diga o caminho.
−Se chegou até aqui sozinho, terá a capacidade de encontrar por si só.
Já não bastava tudo, ele ainda havia de aguentar até as injúrias dos seus próprios seres imaginários. E ali estava a resposta. Se ele era capaz de aguentar isso tudo sem pestanejar já teria sim consciência suficiente para se libertar das amarras do passado, retornar ao seu estado líquido, sem medo de nada, sem receio de causar dor, ele sabia que era sua hora de se entregar aos verdadeiros sentimentos. Hora de encontrar com o senhor dos sonhos. E ele estava na cidade, deveria voltar.
                                                   ≈ ─ ≈
Mas na cidade todos tem medo de duendes, será difícil encontrar um homem capaz de induzir o duende ao sono de Zeus. O sono que fará enxergar o que o futuro aguarda, qual será o próximo universo que sua alma irá caminhar. Não há tempo para remoer as dificuldades, e a primeira, ainda era encontrar o caminho de volta. Ele resolve seguir o curso das águas que percorrem pelos seus pés, talvez ao sul esteja o caminho. Andando pela floresta ele remoia memórias em sua cabeça, relembrava histórias, pessoas que estavam guardadas em algum lugar pois duende não ama  com o coração, duende ama com a sinestesia universal, ama com alma. Era nesses momentos de lembranças dolorosas que ele olhava para o chão e assim avistou um cristal amarelo escondido entre a grama rasteira, se lembrou da carta que recebera quando ainda era pequeno, recebera dos céus:


“ (...) E por um golpe do destino, será brutal, encontrará a dor e se estranhará com o desconforto, vai caminhar pela terra dos homens, será como eles, caminhará como eles, verá suas cores, sentirá seus sabores, vai perecer aos instintos do amor e da vaidade, vai conhecer inglórias e terá o dever de registrá-las em histórias (...) Terás que passar por cada etapa da vida, começando do nascimento até a morte, terá que amar, sofrer, temer e revolucionar, deverá mudar a cabeça do mundo para que haja compreensão, Vai perceber sofrimentos que não são seus, Vai se esvair da nobreza que lhe confere.(...)”

Essa é hora que se pensa em como cruzar um rio sem ter uma ponte, Mas não há ferida que não se cure com o ardor do consentimento. Ele sabia que todas as provações que lhe cabiam eram para um bem maior, incompreensível agora em estado de indução humanoide. Os humanos não sabem pra onde vão, estão parados no tempo que criaram só porque as coisas na natureza acontecem repetitivamente. Eles reclamam tanto da rotina mas são escravos da Constancia.
Eis a parte da carta que realmente interessava no momento:

“ (...) E um dia quando estiver só, quando deixar teu berçário, quando for a hora de conhecer toda a fragilidade do mundo, de se apavorar com as sombras negras que povoam a alma de muitos, de se chocar com os homem-rato debaixo das pontes de concreto. (...) Verás assim o desprezo de toda raça. Verás o sangue, e o ser fétido, porém encontrarás o bem equivalente, Vai descobrir o que é a união de dois polos coexistentes de energia cósmica. (...)
E é isso que precisará entender e conhecer, é o que nunca lhe foi apresentado em outras vivencias, essa é a hora. Vai saber o que é quando encontrares uma pedra amarela (...)

E um estampido de esperança comoveu até as plantas que floresceram num instante, As rosas brancas transferiam a luz da lua até o cristal, que reluzia o cominho de volta até as montanhas de concreto. Ele andou por alguns minutos e caiu no sono.
             
                                                   ≈ ─ ≈
Acordou em casa, sentiu o calor do suor escorrendo no corpo, jogou o cobertor no chão, acendeu um cigarro, olhou se haviam mensagens no celular, respirou profundamente. Se sentou apoiando a cabeça nos joelhos, Se concentrava em coisas boas, foi no amarelo do sol apontando no canto da cortina negra que cobria a janela que ele recordou que o senhor dos sonhos estava próximo. “Talvez seja em forma de animal”  pensou “ um cachorro ou um gato.” Ele gostava muito de gatos.
Mas não era um animal o senhor dos sonhos. E isso ele descobriu depois... Não por uma pedra amarela, por uma pedra negra. A cor que não refletia nada, o avesso da clarividência dos tons claros.


       DALUA,D. Minha casa não tinha sótão:As crônicas dos duendes do tempo em dias de chuva e sol. Ouro Preto. 2011. 222 p.