quinta-feira, 31 de maio de 2012

Eu não tenho o que dizer...


Desde muito cedo sempre soube que muitos julgamentos viriam e que o sentido das coisas sempre seria de um ponto de vista deturpado pra mim. Até então não faz sentido algum nada que  faço, nada que digo, nada que eu venha a sentir por um breve instante ou mesmo venha a sentir  durante uma eternidade inteira. Sinto-me fruto da espécie que se tornou o maior desastre ecológico de todas as Eras, mas isso só faz parte do meu processo cognitivo, é difícil conviver com certos defeitos involuntários que a gente tem, dentre eles os que a gente sente como ódio, raiva, rancor, medo, impotência, saudade e aquela doença que às vezes nos causa depressão durante algumas semanas chamada amor, também aquelas chatices como cansaço, fome e dor.
                Não estou aqui para lamentar as consequências das minhas vidas passadas, coisas que nem quis saber mas que por breve infortúnio me foram reveladas várias vezes em sonhos, que por sua vez várias vezes me revelaram também muitos abraços que nunca vieram, muitos beijos que também nem sei, sei que eram como filmes desses que a gente vê raras vezes e que sente aquela suspirada, aquele aperto no peito, aquela queda de rumo .
             Também não estou aqui para falar dessas coisas que a gente sente e faz a gente esquecer completamente o que realmente devemos fazer nesse universo, tem toda aquela provação, cada etapa é muito importante, tenho recebido essas provações o tempo todo desde que cheguei na Capital, eu não desisto fácil, só chorei três vezes e só me desesperei umas 5, porém já beijei 3 pessoas... três pessoas que me mostraram três lados diferentes das coisas, foram três situações diferente, três sensações diferentes. Uma por sua vez foi a que me deixou completamente doente sorte a minha que a enfermidade nos leva  á valores.
Na verdade eu não sei de nada, chego a essa conclusão sempre que de repente percebo que estou sendo jovem demais, cansei de colocar a culpa no meu sigo, chego a crer que a metáfora está nos peixes que se deixam levar pela corrente e fazem grandes jornadas, essa coisa de carência e sofrimento utópico é consequência dos mimos da minha mãe que por sua vez foi a pessoa que me deu o meu primeiro lápis de cor, meu primeiro livro, meu primeiro abraço e beijo com cheiro.
Não estou aqui pra vangloriar a hereditariedade das coisas, tenho feito jus a tudo. As vezes a revolta é contra nós mesmos, pensar que no final tudo vai virar bosta e viver a vida com a luz apagada é sacrilégio, viverei assim mesmo transformando pequenos encontros em grandes acontecimentos, pessoas passageiras em eternos personagens literários, Uma única noite em um Épico Cinematográfico.
Depois de tudo que vomitei até agora consegui definir o que queria dizer... Não importa o que as pessoas façam eu continuarei aqui em cima no meu mundo legotástico que me revela muita coisa e ao mesmo tempo nada, queria dizer que meu mundo possui paredes tão altas que seria impossível pular, as paredes são tão grossas que não consigo criar portas ou janelas porém eu cavei uma passagem secreta e queria muito que você viesse admirar o por do sol comigo, é lilás e lindo com cheiro de lavanda.
Parágrafo da Síntese de Tudo. O mundo é um paradoxo.
Dou voltas feito um caracol e no final é sempre os defeitos humanos chatos que a gente tem que conviver, estou na fase de conformar com tudo e já parei de ostentar fantasias inúteis, a única que mantenho é a desse menininho aí da foto que se chama Thomé, meu filho. Só meu.
         

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Um pedaço que fica grudado


Engraçadas as sensações  que vem do nada, Não vou demorar a escrever pois tenho pouco tempo antes que minha coluna comece a doer porque a posição que estou sentado é daquela que me conforta por um tempo mas que depois me faz sentir dor, enfim,  se eu tiver que levantar daqui não escreverei mais nada e isso será apenas mais um resquício de sensações ruins.
                Pessoas comuns culpariam a vida ou tentariam buscar algum tipo de intervenção divina, agora estou estático num curral cheio de cavalos,  equinos para determinar mais assiduamente. Apesar de ainda sorrir e agradecer pela sorte, eu tento corrigir alguns pecados cometidos pelos meus instintos altamente piscianos e que me levam a crêr na minha total capacidade de não me levar em juízo. Chego a crer que em tempos de total perturbação causada pelos ambientes externos me levam e definhar aquilo que denominamos paciência.
                Outra coisa que definha é o compadecimento, doa espaço á ironia. ...( Esse parágrafo foi apagado por me chocar demais futuramente. )
                 Vai chegar o dia em que doarei cada vez menos tempo á autoterapia e voltarei a me concentrar em detalhes como hoje de manha percebi que o tempo em BH passa mais rápido quando estamos fora de casa,
                Volto para a montanha para regular meu tempo, meus sentidos, meus prazeres, renovar minha preces de que tudo vai ficar bem, e o bem de qualquer forma é melhor que isso, essa falta. Te espero em outro universo já que aqui é minha ultima vez...

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Sonhos Espermicidas.


Aqueles sonhos molhados que escorrem por entre as pernas e lentamente te deixa zonzo na hora em que levanta.  Tudo bem que a sacanagem vira estratégia na voz de quem vos fala, mas quando se desperta de uma relatividade contida encontramos enfim,
                                                 Equinócio de Outono desperta energias enlouquecidas de tardes em São Thome estilizadas em areia, vodka, estrelas... e por ai vai. Que virão com certeza.
                                                  Eu tenho a sensação de estar muito a frente do tempo, já aproveito o sabor da torta no momento em que colho os morangos. Já me despi de mascaras no momento em que tirou minhas calças, E me livrei de muita culpa simplesmente por sorrir.
Não tenho pressa, pode levar o ritmo que for, estou descansando embaixo de uma arvore de lamentações e tenho sido alimentado por folhas secas de gloria. Nem se quer me movo mais para apanhar uma pedra e jogar no lago que imaginei em momento insano. A sombra tem cheiro de limão, Bebo água da chuva quando convém, convém que chova, tem sabor de poluição com certeza. Limito minhas metáforas para um sabor tão desnecessário.
Limito também a dizer que sou eu aquele que ergueu um cajado e matei uma barata hoje cedo, percebe que poder eu tenho utilizando um instrumento, julgando que jamais teria contato físico com tal nojenta barata, o ritual fúnebre para ela ocorreu em grande estilo sujeito a rituais de oração em homenagem a ela.
                                                 Muito me espanta as vezes que eu me lembro de coisas inúteis como cores de camisa, cheiros, jeito de olhar, texturas.

Me canso, Não sei se estou comparando você com o equinócio de inverno, com os morangos ou com a arvore. Queria mesmo é que fosse com a barata, mas tenho certeza que ela na verdade sou eu. 

terça-feira, 8 de maio de 2012

E o duende conhece o fogo


E com o estalar dos dedos o duende podia fazer tudo o que queria, só não conseguiu ele de volta.

    Na floresta onde as cores eram do incomum ao branco, do inusitado aparente aos tons de lilás das lavandas silvestres, morava um velho que se chamava Vicente, plantava várias coisas em seu quintal além de sabedoria na cabeça das pessoas. O senhor Vicente acompanhado pela brisa da manhã e pelas turbulências dos seus sonhos recentes caminhou até um campo de girassóis onde pode gozar de boa vida e saúde sem contar na fartura de sua colheita. Lá longe pode ver que se aproximava um duende e como duendes trazem boa sorte e paz com o universo lhe ofereceu toda sua hospitalidade. Cupcakes de geleia de morango, erva indiana, aquelas coisas boas que nos fazem ficar alegre.  O duende lhe agradeceu com toda sua magia em forma de cristais da juventude. Vicente lhe presenteou com o elixir da vida e o cristal do amor.

O cristal do amor produzia um fogo que ofuscava as estrelas do norte, as estrelas do sul se apagavam de medo por não enxergarem suas almas irmãs, a penumbra da escuridão afagava as precipitações da noite, o duende em transe se esvaecia de sua incompreensão e   celebrava a noite no calor da luz.

E enfim se fez dia, a chama foi ofuscada pelo sol. Nada se restou, a vida é incandescente.
O duende quase se desesperou, quase. Lembrou-se do elixir da vida e saciou sua sede... Respirando fundo, a vontade passa. O fogo foi embora e o duende não o conseguiu de volta, foi se embora como as flores no Outono... Um dia volta, sim, voltará, até lá o frio prevalece.