terça-feira, 8 de maio de 2012

E o duende conhece o fogo


E com o estalar dos dedos o duende podia fazer tudo o que queria, só não conseguiu ele de volta.

    Na floresta onde as cores eram do incomum ao branco, do inusitado aparente aos tons de lilás das lavandas silvestres, morava um velho que se chamava Vicente, plantava várias coisas em seu quintal além de sabedoria na cabeça das pessoas. O senhor Vicente acompanhado pela brisa da manhã e pelas turbulências dos seus sonhos recentes caminhou até um campo de girassóis onde pode gozar de boa vida e saúde sem contar na fartura de sua colheita. Lá longe pode ver que se aproximava um duende e como duendes trazem boa sorte e paz com o universo lhe ofereceu toda sua hospitalidade. Cupcakes de geleia de morango, erva indiana, aquelas coisas boas que nos fazem ficar alegre.  O duende lhe agradeceu com toda sua magia em forma de cristais da juventude. Vicente lhe presenteou com o elixir da vida e o cristal do amor.

O cristal do amor produzia um fogo que ofuscava as estrelas do norte, as estrelas do sul se apagavam de medo por não enxergarem suas almas irmãs, a penumbra da escuridão afagava as precipitações da noite, o duende em transe se esvaecia de sua incompreensão e   celebrava a noite no calor da luz.

E enfim se fez dia, a chama foi ofuscada pelo sol. Nada se restou, a vida é incandescente.
O duende quase se desesperou, quase. Lembrou-se do elixir da vida e saciou sua sede... Respirando fundo, a vontade passa. O fogo foi embora e o duende não o conseguiu de volta, foi se embora como as flores no Outono... Um dia volta, sim, voltará, até lá o frio prevalece.

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